dias remotos
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com amor,
victor
| segunda-feira, 13 de maio de 2024
os últimos dias na minha cidade (e no meu estado) têm sido bastante similares ao horror enfrentado pelo mundo em 2020. algumas pessoas não têm podido sair de casa, outras têm sido obrigadas a sair porque não existe mais a casa onde elas costumavam viver. tive sorte de não ter sido afetado diretamente na última ocorrência, mas estou longe de estar bem, se for honesto. meus pais estiveram em risco novamente, embora desta vez tenham ficado bem. eu sequer consegui sair de casa durante esses dias, tenho evitado as notícias e tudo que possa relembrar meu trauma, mesmo que me sinta culpado por conta desse distanciamento. o luto que assola o nosso estado tem sido horrível e sei que todas as pessoas gaúchas sabem o que estou sentindo.
minha desesperança se intensificou quando precisei evacuar minha casa em situação emergencial por risco de alagamento, falta de água e luz. desloquei-me à praia com a minha até então namorada, local onde ocorreu um término também não completamente amigável. ainda estou processando os sentimentos com relação a isso e tentando entender o que aconteceu, mesmo sabendo que términos acontecem e que às vezes eu não vou conseguir compreender as coisas completamente.
meu eu de janeiro nunca acreditaria se eu dissesse que...
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com amor,
victor
| sábado, 27 de janeiro de 2024
eu fiz essa brincadeira no folk em 2022 pra 2023 e acho que seria legal refazer aqui esse ano! estou sem muita ideia do que escrever mas estou sendo consumido por um tédio insuportável, então é isso. 2023 foi um ano maravilhoso no qual sinto ter vivido 20 anos.
o ócio enlouquece
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com amor,
victor
| sexta-feira, 26 de janeiro de 2024
uma cidade tão grande sem espaço para abraços, é isso que a capital é. todos desconhecidos, ninguém cumprimenta, ninguém conversa, só te olham com indiferença e uma indiferença que arde e mata. não existe pra onde voltar, já fui engolido pela rotina. exceto que agora não existe mais rotina. novamente, não existe ao que voltar. não existe pelo que ficar e não existe aonde ir. janeiro sempre foi excruciante e é ainda pior estando completamente sozinho, acompanhado somente das paredes para conversar. cogito me gravar falando sozinho — uma prática à qual já aderi algumas vezes —, porém não sei se há o que falar quando nada acontece. penso em assistir algo, ler algo, jogar algo; não existe ânimo. faço-me refém do tédio e da falta de dinheiro no dia 150 de janeiro. as milhares de informações vazias na tela do celular não são suficientes. questiono-me sobre quanto tempo levaria para os meus familiares darem falta de mim se eu levasse um choque elétrico no banho e virasse camisa da saudade eterna. reflito sobre a necessidade de tomar remédios que eu ainda não entendi direito no que me afetam e se realmente queimei o liquidificador da minha casa ou se ele só precisa de um tempo em ócio pra voltar a funcionar — e se ele gostaria de pegar minhas férias pra ele. penso em sair pra praça, pegar uns ônibus só pra fingir que tenho o que fazer (também já fiz isso algumas vezes). penso em ir ao posto de saúde verificar se falta alguma vacina e em ir à emergência do hospital com febre autoprovocada. penso em reorganizar toda minha casa e meu guarda-roupas por cor, colocar a roupa pra lavar e dar cabo da louça. cogito dormir e não tenho sono. penso penso penso e não faço nada.
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